Achamos interessante falar um pouco da história da pesca da
Tainha, pois hoje grande parte da população de Florianópolis, não é mais de
nativos e as pessoas que vem de outras regiões acham muito estranho tantos
peixes mortos de uma só vez.
Florianópolis
é uma ilha de pesca, essa cultura de pesca veio junto com os açorianos e se
tornou uma boa fonte de renda para os moradores. A pesca ocorre entre os meses
de maio e julho, época em que as tainhas migram do extremo sul do continente
para a costa do Paraná e de Santa Catarina. Olheiros identificam o cardume no
mar e avisam os pescadores na praia. As baleeiras (barco da foto) fazem o cerco
aos peixes e as redes são puxadas da praia pelos pescadores ou quem mais queira
ajudar. O procedimento é conhecido por pesca de arrasto, ou “arrastão”. A pesca
da tainha em Florianópolis tradicionalmente começa com a chegada do frio,
geralmente de 15 de maio até 15 de julho, quando enormes cardumes migram do
sul, procurando águas mais quentes para desovar. Maneira antiga, artesanal
e coletiva de pescar, na época das praias desertas e frias de Florianópolis
(especialmente na Praia dos Ingleses), dezenas de pescadores ocupam dia e noite
pequenos barracos de madeira aguardando a chegada dos cardumes. À noite a
grande praia escura fica pontilhada por lampiões e fogueiras, numa cena
silenciosa e solitária. Revezando-se como olheiros nos costões, desde a
madrugada esperam o mar de um verde gelado mudar para um tom avermelhado, sinal
que o enorme cardume de tainhas chega próximo da costa. Nesse momento, com
apitos comandam a entrada de grandes canoas a remo no mar e o lançamento das
redes feitas por eles mesmos, com 400 braças de comprimento (cerca de 600
metros). Ela só é puxada por todos após o barco voltar para a praia.
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